COMO SE DESCOBRIR UM XAMÃ?
Shaman – O termo original saman vem justamente do verbo “conhecer” na língua siberiana manchu-tungus, significando “aquele que conhece” ou, simplesmente, “feiticeiro”. Em português (ou melhor, tupi), o exato equivalente seria “pajé”.
A definição clássica de xamanismo – “técnicas arcaicas de êxtase” – pertence ao filósofo romeno Mircea Eliade (1907-1986), especialista em História das Religiões e um dos vários estudiosos que ficaram impressionados com o modo como as práticas xamânicas se reproduziam identicamente entre nativos de regiões tão distantes quanto Sibéria, Austrália e Amazônia.
Fonte: Revista Super Interessante, Ed. Abril.
Escolha do Xamã
Esse é o assunto do Estudo sobre Xamanismo Tradicional da plataforma Umbanda EAD. Nesse estudo William Nuvem Branca destaca algumas concepções disseminadas por culturas distintas, com as quais uma pessoa pode se tornar xamã.
Confira abaixo algumas delas:
Hereditariedade
Nessa modalidade o xamã recebe a incumbência de sua vocação por transmissão hereditária, ou seja, dentro de sua família já existe a presença de um xamã que é responsável por aquela comunidade. No caso desse líder espiritual vir a falecer ou se tornar de alguma forma incapaz de dar continuidade ao seu trabalho a tarefa precisa ser repassada a outro integrante da tribo, configurando assim a transmissão hereditária da vocação de xamã.
Nesse contexto nem sempre é da vontade do indivíduo receber a responsabilidade de se tornar xamã, entretanto, a escolha dele é feita com base em suas vivências, por exemplo, uma pessoa que conhece os cantos e danças, tem habilidade no manejo das plantas e possui uma relação mais próxima com o/a xamã “regente” da tribo é um “candidato” forte a esse chamado.
Em alguns clãs também vive-se a experiência de se ter uma visão. O tutor William Nuvem Branca fala sobre isso citando as obras do filósofo Mircea Eliade onde ele conta que em algumas comunidades o xamã que não tem a visão pode ser submetido a sacrifício, e por isso alguns deles no momento do relato contam alguma coisa do que ele experenciou durante a cerimônia, mas que não necessariamente ele realmente teve a visão.
Vocação espontânea
Nessa modalidade o xamã pode ter uma visão, e então nesse aspecto isso acontece naturalmente, ao contrário do que citamos no item anterior. Sonhos e profecias também configuram o “chamado” que algumas pessoas recebem dos espíritos para desenvolver o trabalho xamânico, no entanto existem componentes que recebem esse chamado apenas pela percepção de seus sentimentos, podemos dizer que isso se assemelha a intuição (sentir) ou a inspiração (comunicações sutis do astral) mediúnica.
Vontade Própria
Bom, mas para quem nunca recebeu os chamados de nenhuma dessas formas já citadas existe também quem busca o treinamento xamânico unicamente pelo interesse nesse modo de vida. E a partir disso ele começará sua jornada, buscando conhecimento, vivendo próximo a xamãs e se relacionando com a forma de vida desses mestres.
Vale destacar que algumas comunidades consideram que esse xamã não possui a mesma força espiritual de quem realmente recebeu o chamado por meio da comunicação com as divindades ou pela hereditariedade e isso vai variar de cultura para cultura.
Quer saber mais sobre as técnicas xamânicas, treinamento, poderes, relação dos xamãs com ervas e animais? Neste mês a plataforma de ensino a distância Umbanda EAD abre o chamado para a nova turma do Estudo sobre Xamanismo Tradicional. Acesse www.estude.umbandaead.com.br/xamanismo para mais informações.
Texto: Júlia Pereira
Imagem: Sitio holístico Terra Crystal
Fonte:https://umbandaead.blog.br/2016/05/04/como-alguem-sabe-que-e-um-xama/
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