As famosas histórias das entidades.
O tema que estaremos abordando hoje é um alerta referente a certas histórias que estamos vendo, sendo publicadas na internet, de entidades, guias e mentores, vejam não haveria problema algum se houvesse um bom entendimento sobre as mesmas.
Uns tempos atrás o problema foi os famosos livros de pontos riscados, onde médiuns compravam os tais famosos livros, ficavam ali decorando e quando chegava no dia da gira altamente anímicos, sugestionados, outros até mistificando, riscavam os “lindíssimos” pontos ali contidos. Depois de muito esclarecimento o problema amenizou, mas ainda existe, porque infelizmente alguns agora deixaram os livros na estante e partiram para os sites de internet.
Agora o problema atual é as histórias das entidades, estamos nos deparando com médiuns que estão vendo por ex. a História de Dona Maria Padilha, cito ela porque realmente tem sido a mais evidenciada nos grupos sociais na internet, muitos médiuns estão lendo essas “supostas” histórias, muitas delas que de tão fantasiosas, mas parecem o conto das carochinhas que ouvíamos de nossa avó, estão achando que porque carregam tal entidade, a mesma teria a mesma história, na realidade estão generalizando tudo é como que dentro de uma falange onde há inúmeros espíritos respondendo dentro dela todos tivessem tido a tal experiência quando reencarnados, e não é assim. Vejam bem, os espíritos de uma falange se associam por questões de afinidade e sintonia, mas cada um teve sua trajetória, sua história, e devemos lembrar que muitas de nossas entidades tiveram vidas até muito comuns sem tanto louros como se querem acreditar.
Da mesma forma que os pontos riscados, isso prejudica em muito um bom acoplamento espiritual, porque o médium está tão sugestionado que acaba por impedir que aquele espírito se manifeste da forma correta e autentica.
Muitos médiuns após se comportarem assim, acabam por sair da gira, extremamente esgotados, com dor de cabeça, e mal sabem que eles mesmos provocaram tais efeitos em si mesmos pelos seus maus comportamentos e choques energéticos. É muito complicado para um espírito se manifestar num médium altamente fantasioso e sugestionado, é como um rio com barreira a água não flui.
Os pontos riscados já foram e são ainda um grande problema quando são copiados, porque acabam por provocar um verdadeiro choque onde o médium impede a atuação real do guia e pode até atrair energias contrárias quando o mesmo risca símbolos que desconhece o significado e do porque foram riscados, fora que quando da presença verídica de uma presença espiritual, o médium pode ser alvo fácil de espíritos mistificadores, porque há de se concordar que espíritos idôneos não concordariam com tal comportamento e postura mediúnica.
O ato de acoplar espiritualmente com um espírito não deve ser colocado num patamar de encenação teatral, alguns espíritos não aceitam tamanho desrespeito e nem se comprazem com tais atitudes.
E como diziam meus antigos, um dia a casa cai e o médium fica borococho (desacreditado, sem a presença do guia).
Já vi casos de médiuns que após lerem uma “suposta” história, começaram a querer seguir a risca o que estava ali sendo dito, por exemplo se na história fala que a tal entidade só se veste de roxo, mesmo que sua entidade queira o branco, muitas vezes o médium sugestionado pela história acaba comprando a tal roupa roxa indo até contra o que a entidade realmente queira, se na história dizia que a entidade era da França, lá vem a tal“entidade” forçando um sotaque francês ou pior contando a sua história igualzinha a da internet.
Lembro de uma médium que trabalhava com uma Mulambo, a qual a mesma queria uma roupa feita de retalhos, a médium com vergonha de usar uma roupa de trapos, acabou por fazer uma roupa de seda, e foi para a gira, chegando lá, quando a pombogira incorporou rasgou a saia e tirou dela.
É por essas e outras que alguns terreiros tem proibido o uso de paramentos, e vestimentas justamente para que os médiuns não se auto sugestionem, e fiquem vaidosos e orgulhosos.
Mas vários terreiros usam os paramentos, as vestimentas é muito bonito ver uma entidade verdadeira dentro da sua essência, cabe é claro os dirigentes trazerem maior esclarecimentos a seus médiuns para que sugestionamentos e fantasias sejam coibidos.
Friso que há várias vertentes e tradições de Umbanda e cada uma trabalha da forma que acha correta, então não se pode dizer isso é ou não é, mas sim há formas corretas de se fazer.
Certos comportamentos podem até enganar pessoas desconhecedoras dos caminhos que envolve a espiritualidade e mediunidade, mas quando esses teatros são presenciados por médiuns experientes, podem tais médiuns passar por momentos bem constrangedores e serem desmascarados, provocando um constrangimento tanto para o médium quanto para o terreiro e o dirigente da casa.
Antigamente quando não se tinham fontes de estudo mais acessíveis, até era compreensível tais comportamentos oriundo muitas vezes de médiuns novos, ansiosos, cheios de expectativas, mas hoje em dia tem muita fonte de estudo que elucida com primor certas duvidas, mas a impressão que passa que alguns médiuns realmente já passaram da fase da fantasia e estão gostando mesmo é de brincar de estar incorporado com guias, e infelizmente estamos vendo quadros lamentáveis que só denigrem a nossa religião. Acabam por usar da roupagem das entidades para colocar a tona suas mais controversas inclinações.
As histórias devem ser entendidas e analisadas com maturidade, porque infelizmente algumas delas estão sendo inventadas por médiuns que querem usar das entidades para querer mostrar um suposto conhecimento das mesmas.
E quando ditadas por espíritos autênticos deve-se ter o bom entendimento que aquela história pertence exclusivamente a aquele espírito X daquele médium Y, lembram-se da tal sintonia e afinidade? pois é, alguns espíritos podem ter passado por experiências quando encarnados PARECIDAS mas não IDÊNTICAS nos detalhes.
Há histórias realmente ricas em detalhes de entidades que presentearam os ouvintes com suas experiências, mas muitas já nem estão querendo falar muito de suas trajetórias porque as mesmas estão sendo usadas de forma irresponsável por alguns médiuns, devemos lembrar que quando uma entidade fala de si mesma está a dar um voto de confiança as pessoas presentes, e muitas vezes quando contam suas histórias é porque suas experiências podem ser proveitosas como exemplo de vida.
Infelizmente tais comportamentos estão sendo notados não somente em médiuns neófitos mas em médiuns já considerados experientes, isso é ainda mais agravante.
Deixo aqui alguns conselhos aos médiuns, não tenham pressa de saberem histórias de suas entidades, quando forem merecedores as mesmas irão contar sua próprias histórias.
Algumas histórias são lindas de se lerem, mas lembrem-se aquela história não deve ser generalizada no que diz respeito a uma falange, e não se esqueçam que a tal história tem endereço próprio vinculada a um determinado médium e espírito.
Sejam mais analíticos, não acreditem em tudo que leem, observe a riqueza de detalhes a forma ditada pelos espíritos que costuma ter linguagem própria das mesmas, muitas vezes de suas épocas, muitas vezes adaptadas mas nunca fugindo em demasia, fiquem sim com dois pés atrás, quando a história for muito fantasiada, dramática, ou mesmo sensacionalista, há histórias tristes de vários espíritos evidentemente que sim, mas avaliem a forma que foram escritas, a maturidade das linhas.
Médiuns deixem que seus guias sejam quem são da forma que queiram, não queiram transformar plebeus em reis ou vice versa, deixem que se mostrem como são e aprendam que a identidade de uma entidade não pode ser modificada a bel prazer, infelizmente está faltando mais doutrina, orientação, esclarecimento e seriedade.
Alguns espíritos podem se sentir realmente ofendidos e podem simplesmente nunca mais falarem de si mesmos, pela falta de preparo e maturidade de seus médiuns.
Mediunidade, os caminhos da espiritualidade devem ser por uma vez por todas entendidos quanto a seriedade que os mesmos exigem, tenhamos mais seriedade e comprometimento, para que não sejamos alvos de nossas próprias fantasias, mentiras e ilusões.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.
Fonte:https://orixaessenciadivina.wordpress.com/2016/07/08/as-famosas-historias-das-entidades/
Comentários
Postar um comentário