DANIEL DUNGLAS HOME,O MÉDIUM VOADOR

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Daniel Dunglas Home, o médium voador

fevereiro/2014 - Por Maria Helena Marcon

Dunglas ou Douglas – qual seria a correta grafia do segundo nome do médium que assombrou o Século XIX? Esta e outras tantas questões, por vezes, controversas, que rodeiam a figura do médium voador, foram reunidas em um volume de duzentas e sessenta e uma páginas, por Adilton Pugliese e publicado pela Editora EBM.
O organizador deste precioso livro é palestrante e articulista da Revista Presença Espírita, editada pela LEAL, da Revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira e da Revista Internacional de Espiritismo, edição de O Clarim, de Matão, SP, e é voluntário, desde 1994, no Centro Espírita Caminho da Redenção, exercendo atividades no Setor de Pessoal e no Departamento Doutrinário.
A coletânea  inicia pelas citações nas obras de Allan Kardec, lembrando que Home lhe foi contemporâneo. O Codificador menciona na edição de janeiro de 1858 da Revista Espírita (Home tinha somente vinte e quatro anos) o desinteresse do médium, cita-lhe a mediunidade autêntica. Em outros três artigos, a partir de fevereiro de 1858, destacaria não ver no Sr. Home, mais que uma coisa: um homem dotado de uma faculdade notável, sendo o estudo dessa que deveria interessar a quem quer que seja. E, embora o próprio médium tenha se posicionado contra a Doutrina Espírita, em suas obras, o que nos diz que não a conheceu, verdadeiramente, Kardec a ele se refere como um poderoso auxiliar para a propagação das ideias espíritas, dado que os seus fenômenos levavam as criaturas a terem a certeza da Imortalidade.
É uma missão que aceitou, missão que não está isenta de tribulações nem de perigos, mas que cumpre com resignação e perseverança, sob a égide do Espírito de sua mãe, seu verdadeiro anjo de guarda.
O livro é enriquecido com a reprodução de textos de renomados escritores, como Léon Denis, I. G. Edmonds, Robert Dale Owen, Alexandre Aksakof, Arthur Conan Doyle, William Crookes, Hermínio C. Miranda, Hernani Guimarães Andrade,  Deolindo Amorim,  Zêus Wantuil e Antônio César Perri de Carvalho.  Encontrar-se tudo concentrado em uma obra é facilitador a quem deseje se informar a respeito desse médium quedesafiou as leis da Física e cuja faculdade se revelou desde a mais tenra infância. Com a idade de seis meses, seu berço se balançava sozinho, na ausência da ama de leite, e mudava de lugar.
Os brinquedos se deslocavam por si mesmos e ficavam ao alcance das suas mãos.
Daniel Dunglas Home foi considerado o maior médium de efeitos físicos do Século XIX, tendo realizado mais de cem levitações, sendo a mais extraordinária, em Londres, onde foi visto, do lado de fora da mansão de Lord Lindsay, a 24 metros de altura. Produzia os fenômenos mais variados em plena claridade, motivo que o levou a ser, por vezes, injusto com os demais médiuns, que assim não o faziam.
Home provocava a levitação de móveis, que dançavam, batiam ritmadamente, se movimentavam;  sinos e campainhas sobre os móveis eram sacudidos; mãos materializadas moviam objetos menores e flores, tocavam acordeão.  Espíritos se materializavam e traziam aportes, manifestando-se, ainda, por intermédio dele, pela psicofonia e pela psicografia.
Ele demonstrou, também, o poder de alongar o próprio corpo, ultrapassando o tamanho da roupa até seis ou oito polegadas, apanhava brasas vivas com as mãos e chegou a mergulhar o rosto em um braseiro, sem nada sofrer.
A tuberculose, desde os jovens anos, o atentado sofrido em dezembro de 1855, na Inglaterra, sua entrevista com o Papa Pio IX (1856),  que lhe conferiu a Medalha de Prata, o encontro com Napoleão III e a Imperatriz Eugênia (1857), sua prisão à conta de processo judicial (1867), o convite da polícia de Roma  a que deixasse o país e o registro de seu livro Incidents in My Lyfe, no Índex, pelo Vaticano (1864), seus dois casamentos, a morte da filha e sua desencarnação aos cinquenta e três anos, em Auteil, França são fatos que desfilam, em descrições de diferentes autores,tornando a leitura apaixonante.
Revela o grande médium, o homem perseguido por intrigas, caluniado e a respeito do qual tanto se escreveu.  Também reproduz as manifestações favoráveis de quantos lhe receberam as provas da imortalidade dos amores desencarnados, como a de Mrs. Webster, de Florença: Quando Mr. Home passa, derrama em seu redor a maior de todas as bênçãos – a certeza da vida futura.
O espírito caridoso de Home não é esquecido, com as descrições de doações de dinheiro a um amigo em apuros, a preocupação em encontrar emprego a um artista desconhecido, a vida salva da esposa de um trabalhador,  sua atuação, nos campos de batalha, perto de Paris, chegando a carregar um oficial, em seus ombros, para fora da zona de fogo. Muitos desses detalhes sua viúva enfatizará, em suas obras Vida e missão de D. D. Home e O dom de D. D. Home,  servindo-se das provas encontradas nas tantas cartas a ele dirigidas.
O livro é dedicado ao médium Divaldo Pereira Franco, exemplo digno da mediunidade abençoada, exercida com Jesus em regime de compromisso iluminativo e libertador de consciências, e do verdadeiro mediumato do amor e da caridade.
Embora sua primeira edição tenha se dado em  setembro de 2013, o organizador assinala a sua Apresentação com a data de 15 de janeiro de 2011, homenageando o Sesquicentenário de O livro dos médiuns, de Allan Kardec, lançado em Paris, França, em15 de janeiro de 1861.

Fonte:http://www.mundoespirita.com.br/?materia=daniel-dunglas-home-o-medium-voador


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