Sobre eles, uma famosa lenda conta, que na ocasião da crucificação de Jesus, o pior cravo, aquele que seria pregado na sua testa, um velho cigano deu um jeito de sumir com ele. Ao perceber isto, apesar do sofrimento, Cristo sussurrou-lhe: "Sigam, você e o seu povo, o seu caminho". Desde então, os ciganos estão protegidos de doenças graves e sempre têm o que comer; mas precisam estar sempre caminhando.
Eternos estrangeiros, estes andarilhos fascinam os povos de todo o mundo, gerando controvérsia e preconceitos por onde passam. Esse artigo, por exemplo, foi um desafio imposto pelo meu mestre: segundo ele, este blog garantiria uma interessante pesquisa sobre a origem do povo cigano, pois, de alguma forma, existe uma reunião de duas características filosóficas básicas: a liberdade religiosa e a honestidade. Baseado em várias fontes de pesquisa, apresento-lhes o resultado, que será distribuído em vários capítulos.
Há muito relutei escrever sobre esse tema, pois temia cair na mesma armadilha, na qual a maioria das pessoas são vítimas: baseados em conceitos ultrapassados, geralmente apresentam o cigano como sinônimo de velhaco ou ser ladino. A cultura cigana merece, pois, respeito e concretitude - mesmo não havendo material palpável para isso. É comum encontrar textos pela web apresentando essa cultura debruçada nos conceitos românticos da magia ocultista. Contudo, sabemos que os românticos têm a tendência de voltar-se para si mesmos e retratar suas fantasias através do escapismo. Muitos aprendizes de magia aprendem a arte do jogo adivinhatório e se auto denominam "ciganos". Cometem, sim, ciganices - no pior sentido da palavra. Temos que reconhecer, que infelizmente a Umbanda ajudou a cimentar esses estereotipos associando o homem cigano à figura irresponsável de umExu; ou comparando a mulher cigana – mãe, irmã e matriarca - a uma palumba selvagem. O sincretismo possui esse grave defeito de sepultar uma cultura em prol de uma outra, mas nós, como estudantes, devemos sempre levantar a pontinha desse véu e evitar de todo o mal. Como Cassirer um dia afirmou, é neste ponto de vista, que os mitos, as artes, as linguagens e as ciências aparecem como símbolos. E os símbolos merecem ser reconhecidos e respeitados por qualquer um que se considera um buscador.
A aceitação do outro
Ora festejados folcloricamente, ora considerados perigosos, arruaceiros e trapaceiros, há centenas de anos os ciganos sofrem a perseguição por parte daqueles que não se conformam com a sua liberdade. Em conseqüência disso, eles sofreram prisões, torturas, exílios e até pena de morte. Para os ciganos, revelar os segredos de sua cultura é atrair os próprios ancestrais. Cercada de mistério e ambigüidades, esta estranha população, preservada culturalmente pela tradição oral e pelo nomadismo, garantiu sua permanência quase fantástica como minoria étnica ao longo dos tempos. Sua desobediência civil revela o desejo de ser uma legião secreta, atualmente questionada pelos ciganólogos: para alguns, os ciganos deveriam se organizar mais com o objetivo de manter a tradição, pois daqui a alguns anos correriam o risco de serem apenas lembrados através da literatura, do cinema ou como personagens folclóricos ligados a magia interesseira.
Ora festejados folcloricamente, ora considerados perigosos, arruaceiros e trapaceiros, há centenas de anos os ciganos sofrem a perseguição por parte daqueles que não se conformam com a sua liberdade. Em conseqüência disso, eles sofreram prisões, torturas, exílios e até pena de morte. Para os ciganos, revelar os segredos de sua cultura é atrair os próprios ancestrais. Cercada de mistério e ambigüidades, esta estranha população, preservada culturalmente pela tradição oral e pelo nomadismo, garantiu sua permanência quase fantástica como minoria étnica ao longo dos tempos. Sua desobediência civil revela o desejo de ser uma legião secreta, atualmente questionada pelos ciganólogos: para alguns, os ciganos deveriam se organizar mais com o objetivo de manter a tradição, pois daqui a alguns anos correriam o risco de serem apenas lembrados através da literatura, do cinema ou como personagens folclóricos ligados a magia interesseira.
No entanto, para que isto aconteça, não basta que os ciganos existentes no mundo se tornem menos enigmáticos e ofereçam sua experiência de cultura milenar ao Ocidente e Oriente. É preciso ir além e contar com a disposição dos não-ciganos, desenvolvendo, assim, uma consciência, uma identidade cultural. Sem o respeito pela história e as tradições de todos os povos que compõe a Humanidade, se intensificam os preconceitos. Se perguntarmos a qualquer individuo do povo sobre o que pensa sobre um cigano, este demonstrará o mesmo desprezo que perdura no inconsciente coletivo há séculos: os ciganos são ladrões, marginais ou impostores.
A Origem da Tribo
A cultura cigana possui características marcantes; uma delas é a marginalidade, condição básica de sua existência até o século XXI. Eles nunca se sujeitaram a nenhuma espécie de controle, como uma inacreditável capacidade de sobrevivência. Ao longo de quatro mil anos, os ciganos passaram pela História e foram perseguidos por todos os ditadores e genocidas. Neste sentido, o nomadismo e sua tradição de oralidade (eles sempre rejeitaram a escrita) foram as principais armas deste povo em sua trajetória. Toda a liberdade tem um preço, inclusive a renúncia de poder. Absolutamente indiferentes, os ciganos não costumam preocupar-se em acumular riquezas e destacar-se na escala social. Por isso, o provérbio rom mais conhecido seja aquele que diz "a terra é a minha pátria, o céu o meu teto e a liberdade é a minha religião".
Talvez eles sejam a única sociedade alternativa que deu certo por tanto tempo. E são de paz, mesmo que às vezes briguem entre si. Basta prestar a atenção nos noticiários: nunca se ouve falar de ciganos terroristas, traficantes ou pedófilos. É verdade, são de sangue quente, mas não inventaram a bebedeira e a maledicência. Para nós, não-ciganos, é preciso conhecer as origens de sua caminhada.
Talvez eles sejam a única sociedade alternativa que deu certo por tanto tempo. E são de paz, mesmo que às vezes briguem entre si. Basta prestar a atenção nos noticiários: nunca se ouve falar de ciganos terroristas, traficantes ou pedófilos. É verdade, são de sangue quente, mas não inventaram a bebedeira e a maledicência. Para nós, não-ciganos, é preciso conhecer as origens de sua caminhada.
Os ciganólogos levantaram várias hipóteses quanto ao país de origem dos ciganos, e muitos dados apontam para a Índia. Mas, além dela, outros lugares se encontram na lista dos prováveis: Tunísia, Romênia, Hungria, Núbia, Península Ibérica... Sem registro escrito e sem endereço fixo, eles driblaram os historiadores durante séculos, e a ciganologia, ciência que se dedica a estudá-los, só foi reconhecida enquanto um ramo da etnologia no final do século XX. Grande parte dos especialistas afirma que eles se dispersaram por não se submeterem, como de costume, ao sistema de castas que se implantava na Índia. A Bíblia também tem sido utilizada para esclarecer as origens deste povo, há quem diga que eles são filhos de Adão com outra mulher anterior a Eva, que descendem de Noé ou são da raça de Caim. Mas tudo não passa de mera especulação.
Autor : PRYOM
Fonte:
http://meumestreinterior.blogspot.com/
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